quinta-feira, 24 de maio de 2012

GOVERNO EMPURRA SERVIDORES PARA A MAIOR GREVE NO PERÍODO PÓS-FHC.


Os últimos acontecimentos presenciados durante esta semana em Brasília levam a crer que estamos caminhando para a maior greve do serviço público na era petista. De um lado, a intransigência do governo que insiste em negar o princípio básico numa relação de trabalho: negociação. Do outro, a indignação crescente que toma conta de amplos setores do serviço público, que esperam do Governo um mínimo de avanço no processo de negociação de suas pautas. Negociar pressupõe apresentação de propostas pelas partes envolvidas até que se chegue a um acordo pelo menos razoável para ambas as partes. Não é isso que está acontecendo no governo Dilma.
Os servidores técnico-administrativos das instituições federais de ensino superior (IFEs) fizeram uma greve que durou mais de cem dias em 2011. O motivo da greve foi a negação por parte do governo em atender uma pauta com alguns pontos que ficaram pendentes desde a assinatura da lei 11.091 (PCCTAE), que regulamenta a carreira da categoria. O Governo afirmou que não negociava com grevistas e pediu na justiça a ilegalidade da greve, fato que, nunca antes na história desse país, tinha ocorrido nas relações entre o Governo e seus servidores. Os servidores foram induzidos a sair da greve com a promessa de que seria aberto um processo negocial e que até 31 de março de 2012 a categoria teria uma resposta do Governo para as demandas colocadas em pauta.
Chegou março e por causa do falecimento do Secretário de Recursos Humanos Duvanier Paiva, que chefiava o processo de negociação, essa resposta não veio. O novo Secretário Sérgio Mendonça, alegando desconhecer a pauta pediu um tempo até 30 de maio para apresentar essa proposta. Os servidores moblizados fizeram vários dias de paralisação nacional que culminou com uma marcha em Brasília no último dia 17 de maio, quando deveria ocorrer mais uma reunião com a equipe do Planejamento. Durante a reunião na última semana, quando recebeu a representação da Fasubra e do Sinasefe a equipe do MPOG reafirmou a total falta de comprometimento com a educação superior antecipando a resposta de que não teria nada para oferecer no dia 30 de junho em termos de reajuste emergencial para os TAs. Chegou a afirmar que só estava se reunindo com as entidades porque eles estavam insistindo, mas, que o Governo não tinha nada para oferecer. Como resultado disso, a Fasubra, através de Resolução e após ampla discussão com os delegados presente na Plenára Nacional realizada nos dias 18 e 19 de maio, aprovou mobilizações nos estados até o dia 30, cumprindo assim o compromisso firmado com o Governo de esperar uma resposta até aquela data.
Os federais que estão mobilizados através do Fórum dos Servidores Federais se reúnem quase que semanalmente entre eles e também estão negociando com o Governo. Mas o ítem principal da pauta que é comum a todos os servidores – reajuste emergencial de 22% e definição de uma data-base - também foi negado pelo Governo. Na última reunião do fórum o que se sentiu foi que, os servidores federais das diversas categorias do Executivo estão decididos a deflagrar a maior greve no Serviço Público no período pós-FHC.
O governo parece não acreditar nisso. Na última semana enviou ao congresso a MP 568 que, entre outra coisas, reduz o salário dos médicos e veterinários federais e congela a insalubridade e periculosidade dos servidores. Embutida nessa MP vem as migalhas (4% de reajuste) que o Governo deu a algumas categorias como os docentes das universidades, numa tentativa de desmobilizar a greve que estava para ser deflagrada. Não deu certo. Os professores paralisaram suas atividades no dia 17 de maio e agora aguardam a chegada do dia 11 de junho quando os demais servidores da educação superior provavelmente deflagrarão o processo grevista.
A outra categoria que faz parte da comunidade universitária, os estudantes, também se mobiliza através de assembléias estudantis declarando apoio à greve da educação superior que já contabiliza a adesão de docentes de 41 entidades.
O Governo precisa levar a educação pública para além do discurso. Não somente propagandear que a educação é “prioridade no Governo Dilma”. É preciso que essa priorização se traduza em atitudes concretas como a valorização de professores e técnico-administrativos que vem carregando nas costas o processo desordenado de crescimento das universidades federais. Essa valorização tem de vir a partir de coisas simples. Uma proposta, qualquer que seja, ajudaria a distensionar o ambiente das negociações. Mas o Governo parece que não está interessado nesse distensionamento. 

Edson Lima

terça-feira, 8 de maio de 2012

VIRADA CULTURAL PARA NATAL JÁ!


A partir da Ribeira, Natal poderia ter sua "virada cultural"

Neste último final de semana (03 e 04/05) aconteceu em São Paulo a já tradicional Virada Cultural, evento que durante 24 horas ininterruptas movimenta a capital paulista através de atividades multiculturais. Tive a oportunidade há uns três anos atrás de vivenciar um evento desses. Estava participando de atividade político/partidária em São Paulo e me hospedei no centro da cidade. Ali, durante aquelas 24 horas, pude assistir e participar de vários shows musicais dos mais variados estilos, desde o rap, passando por pagode, sertaneja, pop  e música eletrônica. Exibições teatrais no meio da rua, arte digital e cibernética, enfim, fiquei fascinado com tanta multiplicidade cultural ali no coração de São Paulo, a cidade que nunca dorme. Avenida Paulista, Ypiranga, Avenida São João, Vale do Anhagabaú, Sé, viadutos do Chá e Santa Ifigênia, tudo aquilo pulsava arte, enriquecida pela variedade de estilos visuais que iam desde o casual, os mauricinhos, “punks”, regueiros e “rapers”.
Fiquei imaginando a virada cultural aqui em Natal. Talentos artísticos temos de sobra. Desde as esculturas de Guaracy Gabriel, as performances de Civone Medeiros, os coletivos teatrais, o Pau e lata, os artistas circenses, além dos vários grupos musicais de qualidade em seus vários estilos. O espaço charmoso também temos. O corredor cultural do centro da cidade que vai da Ribeira até a Praça André de Albuquerque que pra galera alternativa já virou Praça Vermelha, o Largo do Buiú, na Redinha, a Vila de Ponta Negra, enfim, espaço é o que não falta.
O que falta, a nosso ver, é a disposição política de se investir na arte e na cultura como forma de levar o povo a pensar, a se tornar cidadão crítico. Porém, parece não haver interesse em formar cidadãos com esse perfil já que isso o levaria a escolher melhor quem o representa e por consequência, muita gente que está aí, sairia da cena política natalense. Fica o apelo. Apesar da RaquelRolnik cobrar uma virada cultural “de verdade” em Sampa, para nós, órfãos de produção cultural efetiva, consistente e de bom gosto, já seria de bom tamanho a virada nos moldes paulistanos.

Edson Lima,
Professor de Artes Visuais

quinta-feira, 3 de maio de 2012

GABRIEL VITULLO ORGANIZA SEMINÁRIO SOBRE SOCIALISMO NA UFRN


SEMINÁRIO NACIONAL BALANÇO DO SOCIALISMO NO SÉCULO XX E PERSPECTIVAS PARA O SÉCULO XXI

UFRN - Departamento de Ciências Sociais

PROGRAMAÇÃO

10/05/2012
Manhã (9:00) - Conferência de Abertura: “A teoria e a prática do marxismo no século XX”, Ricardo Musse (USP)

Noite (19:00) Mesa 1
- “Um socialismo a reinventar”, Michel Zaidan Filho (UFPE).
- “União Soviética: da Nova Política Econômica (NEP) ao “socialismo num só país””, José Antonio Spinelli (UFRN).
- “Socialismo e democracia nas experiências do século XX”, Gabriel E. Vitullo (UFRN).
- Moderador: César Sanson (UFRN).

11/05/2012
Manhã (9:00)- Mesa 2
- “Socialismo e democracia”, Rubens Pinto Lyra (UFPB).
- “Socialismo no século XX: a distância entre o sonho e a realidade, apesar das conquistas”, Robério Paulino (UFRN).
- “Socialismo: entre o passado e o futuro”, Marcos Antonio da Silva (UFRN).
- Moderadora: Regina de Ávila (UFRN).


(11:30)-  Lançamento de livros: Robério Paulino- O socialismo no século XX: o que  deu errado?; Michel Zaidan- Ensaios de Teoria (local:
Cooperativa  Cultural Universitária).

Tarde (16:00)- Mesa 3
“O balanço do socialismo: a visão dos partidos”, Deputado Estadual
Fernando Mineiro (PT), Vereador George Câmara (PCdoB), Sandro Pimentel
(PSOL), Dário Barbosa (PSTU).

Noite (19:00) Mesa 4
- “As sete vidas do estalinismo”, Lincoln Moraes (UFRN).
- “Marx no século XXI: uma leitura de O Capital à luz da realidade contemporânea”, Francisco Teixeira (UECE).
- “Crise do socialismo e renovação do projeto emancipatório”, João Emanuel Evangelista (UFRN).
 Moderador - Homero Costa (UFRN)

LOCAL: Auditório da Biblioteca Central Zila Mamede (BCZM) – UFRN
(INSCRIÇÕES VIA SIGAA- EVENTOS)

ENTRADA LIVRE E GRATUITA (como corresponde a uma universidade pública)

quarta-feira, 2 de maio de 2012

NADA A COMEMORAR NO DIA DO TRABALHO

Passou-se mais um dia dedicado ao trabalhador. Um dia que deveria ser dedicado ao lazer, a  passear com a família, entre outras atividades lúdicas. Mais o que se vê? Trabalhadores desempregados, sem ânimo para comemnoração. Sem ânimo e sem dinheiro. As praias, pelo menos aqui em Natal, lotadas por causa do preço promocional do transporte coletivo. Feriado nacional, meia-passagem para todos. Mais um reflexo da crise. As próprias empresas concordam com essa tarifa diferenciada para não correr o risco de seus ônibus ficarem ociosos durante o dia, pelo menos os que fazem a linha das praias.
Mas o que esperar de um país onde quase 40% dos possíveis trabalhadores dependem de esmolas, sejam através de programas sociais do Governo ou simplesmente da caridade alheia? Um país onde o salário-família é menor que o auxílio presidiário? Onde sobram vagas nas escolas e faltam vagas nos presídios? Onde se aponta a maioridade penal a partir dos 16 anos como forma de "enjaular" os filhos da pobreza para diminuir a criminalidade, já que os ricos saem por aí queimando índios e mendigos sem serem sequer indiciados?
Enquanto isso, os ricos continuam sua vida tranquilamente com seus carrões blindados, seus prédios em condomínios cercados por fortes esquemas de segurança, seus filhos saídos das melhores escolas particulares para ocupar vagas nas melhores universidades públicas do país...Até quando?

Edson Lima
Técnico-administrativo UFRN