quarta-feira, 31 de março de 2010

TER OU NÃO TER. EIS A QUESTÃO.

Ter ou não ter. Eis a questão. Os leitores podem estar estranhando a “releitura” da famosa frase de William Shakespeare em um de seus diálogos maravilhosos. Mas, dependendo do ponto de vista em que é colocada, a frase assume uma veracidade instigante.
Para ser alguma coisa você precisa ter muitas outras coisas. Não, não estou falando no sentido materialista, vocês podem ficar tranqüilos. Raciocinem comigo.
A doutrina cristã nos ensina a ser justos. Mas é fácil ser justo?
Como ser justo num país cheio de injustiça social?
Desde pequenos somos ensinados pelos nossos pais a ser honestos. Mas é fácil ser honesto?
Como ser honesto, numa sociedade onde o bom mesmo é ser desonesto, é utilizar o famoso “jeitinho”, é subornar o guarda de trânsito, é receber dinheiro de político para votar, ou simplesmente furar a fila?
A sociedade nos prega todos os dias lições de ética e cidadania. Mas, é fácil ser ético?
É fácil ser cidadão?
Como ser ético, quando o estado que condena o jogo como contravenção é dono do maior “cassino” do país (as loterias da CEF)?
Como ser ético, quando deputados ou senadores tem a cara-de-pau de chegar ao congresso na terça feira às 9 horas (deveriam chegar na segunda feira), assinar o ponto, e às 9h30min já estar no aeroporto para voltar pra casa?
Como ser cidadão num país cuja Constituição garante :
o direito à terra, e o governo não tem força política para fazer a reforma agrária;
o direito à educação e a saúde, e esse mesmo governo privatiza escolas e hospitais;
o direito à greve, e o patrão (ou o governo) desconta dias parados de grevistas?
A resposta para todos esses questionamentos é uma só.
Para ser justo, para ser honesto, para ser ético, para ser cidadão é preciso ter coragem!
Vemos, portanto, o contrasenso que um simples jogo de palavras pode causar. No mundo do “quem tem mais pode mais” seria razoável supor como contraponto, a maior valorização do ser.
Ou seja. Seria “politicamente correto” respeitar as pessoas pelo que elas são e não pelo que elas tem. Mas, infelizmente o nosso mundo não é tão linear como gostaríamos que fosse. As coisas não acontecem simplesmente porque queremos que aconteça.
Para que o mundo seja da maneira que queremos, precisamos ter coragem e atitude para transformá-lo. E nisto reside a verdadeira arte de ser vivendo no mundo do ter.

Edson LIma

História da Arte no RN

O referido texto é uma tentativa de alavancar a sistematização da história das artes no RN para fins acadêmicos. Segundo o professor Vicente Vitoriano, não existe uma história da arte no RN. Discordo dessa afirmativa do professor Vicente. Essa história da arte existe sim. Só que não está devidamente compilada, tecnicamente organizada, necessitando, portanto, de um trabalho minucioso de garimpagem de documentos e obras que trate do tema. O Grupo de Pesquisa em Cultura Visual - Matizes vem dando importante contribuição neste trabalho de bricolagem da história da arte no nosso estado. Um exemplo da existência dessa história, é que, recentemente, ao apresentarmos um seminário sobre arte rupestre no RN, descobrimos a obra do Sr. José de Azevedo Dantas, precursor das pesquisas sobre arte rupestre no RN, que inclusive consta na bibliografia do professor Vitoriano. Ao pesquisar a história da xilogravura no nordeste encontrei a tese de mestrado do Cid Augusto da Escóssia, que trata do Sr. João da Escóssia, primeiro xilógrafo do Rio Grande do Norte. Esses exemplos, aliados ao trabalho do Matizes mostra que a história existe, faltando apenas ser escrita. Quem nunca ouviu falar do GRUPEHQ (inclusive estou doando à base de pesquisa do Matizes, um exemplar da revista Bruhaha onde consta uma entrevista com o pessoal dos quadrinhos)? Com certeza, esse grupo faz parte da história da arte potiguar, apesar de alguns acharem que HQ não é arte.
Acho que a iniciativa de se discutir a questão da história da arte no RN, a partir do estudo de exposições como o Salão de Artes Visuais da Cidade do Natal é de extrema importância, já que ali está representada a arte do estado na sua contemporaneidade. A importância que a fotografia vem obtendo nos últimos salões, outro fator destacado no texto do professor é um fato. Essa importância talvez tenha a ver, entre outros motivos, com a facilidade de utilização de meios tecnológicos como a s câmeras digitais e softwares gráficos como o Photoshop que é uma ferramenta poderosíssima na obtenção de efeitos artísticos em fotografias.
Sobre a contribuição de documentos impressos ou fotografias, tenho um grande acervo de fotografias dos murais existentes na cidade do Natal, de autores diversos, fruto de um trabalho de pesquisa da disciplina História da Arte I, ministrada pelo Professor Doutor Vicente Vitoriano. Tenho ainda o livro de Newton Navarro, “Futuebol” (uma das paixões do mestre), publicado pela Editora Universitária. Além disso, indico como fonte de estudos a tese de mestrado de Cid Augusto da Escóssia Rosado “A xilogravura como ilustração do texto jornalístico: uma análise do trabalho de João da Escóssia Nogueira no jornal “O Mossoroense”, de 1902 a 1906”, Existente na Biblioteca Central Zila Mamede. Entre outros documentos segue uma lista de títulos publicados pela Editora da UFRN, que contribuirá para este esforço do resgate da história da Arte no Rio Grande do Norte. Alguns dos livros encontram-se esgotados no catálogo da Editora Universitária, mas podem ser encontrados na Biblioteca Central Zila Mamede.

sábado, 13 de março de 2010

PALAVRA PINTADA - UMA EXPOSIÇÃO DE VICENTE VITORIANO

Venha para a abertura da exposição Palavra Pintada, de Vicente Vitoriano.
Dia 18 de março, às 19 horas, na Galeria Conviv'art - NAC. 
Campus Central da UFRN