Na UFRN, técnicos bloqueram um dos principais acessos ao Campus Central.
E não deu outra! Os servidores técnico-administrativos das IFEs atenderam ao chamamento das suas lideranças e compareceram em peso aos diversos atos marcados para o dia 25/04, Dia de Paralisação Nacional. Essa atividade estava prevista no calendáruio dos servidores federais que estão em processo de negociação com o Governo, buscando corrigir distorções salariais. Os federais querem um reajuste emergencial de 22% como forma de reposição da inflação entre 2010 e 2011, além da fixação de uma data-base comum a todos.
Especificamente, os servidores das IFEs reivindicam o cumprimento do processo de negociação emperrado desde o ano de 2007 que trata da reestruturação da sua carreira. Os técnicos da s IFES tem o piso mais baixo do Poder Executivo, cerca de R$ 1.000,00 e querem o reajuste para três salarios mínimos no piso. O auxílio- alimentação, que em outros cargos do Executivo passa de R$ 600,00, no caso do pessoal das universidades e institutos federais passa um pouco dos R$ 300,00. É como se a barriga dos trabalhadores na educação superior fosse menor e eles comessem menos.
O Governo já colocou nas negociações que não tem recursos para reajustar o salário das IFEs pra 2013. É isso mesmo! 2013. Em 2012 o Governo já negou reajuste desde o ano passado o que levou os técnicos a fazer uma greve de mais de 100 dias, greve essa que, pela primeira vez, foi questionada na justiça e declarada ilegal. Curioso é que o Governo quando fala pro povão na mídia tradicional, que leve favores, afirma que a crise econômica é coisa européia, que o Brasil não tem nada a ver com isso. Quando conversa com os servidores, afirma categoricamente que o motivo do não-reajuste é porque o Brasil está atravessando uma séria crise financeira.
Paralisar é palavra de ordem!
Por conta dessa intransigência do governo Dilma, os técnico-administrativos foram em peso aos diversos atos espalhados pelo Brasil. Em alguns casos os professores das IFEs também participaram de atividades conjuntas. Eles reivindicam o pagamento de um aumento de 4% prometido pelo governo em 2011 para que não fizessem greve. Sequer essa esmola de 4% foi garantido e os docentes estão mobilizados em assembleias, podendo decretar greve a qualquer momento. Este cenário poderá tomar corpo se o governo Dilma não acenar com nada de concreto até 30 de maio, data limite acertada para as negociações com os técnicos. Se as coisas não caminharem para uma proposta positiva por parte do MPOG, poderemos ter uma greve conjunta nas universidades federais envolvendo técnicos e docentes. Infelizmente é esse o quadro atual.
Edson Lima
Técnico-administrativo, UFRN