quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Cordel sobre a demolição do estádio Machadão em Natal, RN


A morte do Machadão

Eu senti um dia desses
um aperto no coração
vinha pra Universidade
Na Romualdo Galvão
Ao olhar pro fim da rua
Eu não vi o Machadão

No lugar do Machadão
Vi um cenário de guerra
Nosso estádio foi ao chão
Nossa história foi por terra
Abatida por tratores
Que lembram tanques de guerra

Aqueles tanques de guerra
Que não usam munição
Espalharam pela terra
Os restos do Machadão
E o que sobrou foi levado
No lombo do caminhão

Levaram no caminhão
um pouco da nossa história
De futebol nos domingos
De derrota e de vitória
O poema de concreto
Perdeu seus dias de glória

Um dos momentos de glória
Pra nossa felicidade
Que foi a maior vitória
De um clube da cidade
América na série “A”
Falo com autoridade

E você autoridade
Preste muita atenção
Tenha a dignidade
Ressuscite a tradição
Batizando o novo estádio
De “Arena Machadão”

Botando de Machadão
O nome no estádio novo
Um tributo a João Machado
representante do povo
Se mantém a tradição
e a cultura desse povo

“essa cultura do povo
é coisa de abestalhado
Dona FIFA me mandou
construir um novo estádio
bote no chão essa coisa
e estamos conversado”

“e estamos conversado”
Quem falou foi o engenheiro
Mostrando por “B” mais “A”
Que quem manda é o dinheiro
Não passou uma semana
instalou-se o canteiro

instalado o canteiro
começou destruição
foi caindo bem ligeiro
Machadinho e Machadão
A poeira foi subindo
E o resto ficou no chão

Também caiu pelo chão
A nossa dignidade
Não temos mais prefeitura
Nem qualquer autoridade
Dona FIFA e os empresários
É quem mandam na cidade.

Agora nossa cidade
Não tem praça de esporte
Os clubes estão mais fracos
Os empresários mais forte
Acabou-se o futebol
Do Rio Grande do Norte

EDIL (Edson Lima)




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