A cada dia que passa a coisa fica pior para quem pretende tentar um concurso para ingressar no Serviço Público Federal. O governo, que na sua versão Lula da Silva já havia tentado privatizar os hospitais universitários através de medida provisória, conseguiu, já na sua versão Dilma Roussef, a façanha, através da criação da empresa EBSERH, empresa privada que vai receber de mão beijada o patrimônio do povo brasileiro investido em forma de prédios, equipamentos e pessoal dos hospitais universitários. Como a empresa visa lucros, está seriamente comprometido o futuro da instituição hospital universitário, amparado no tripé ensino, pesquisa e extensão. Que interesse terá uma empresa privada de investir na formação prática dos jovens profissionais de saúde egressos das universidades federais? Como investir em pesquisas a longo prazo se a lógica do capital requer resultados imediatos? como prestar serviço à população através do SUS, se os planos de saúde pagam melhor?
Infelizmente esse tipo de informação não chega aos ouvidos do povo, que é manipulado constantemente pelo poder público apoiado pelo capital, através do seu braço ideológico, ou seja a grande imprensa. Depois da EBSERH veio o filé dos aeroportos. Mas isso fica para outra oportunidade. A maldade da vez foi a aprovação na Câmara dos Deputados do PL 1992 que cria a FUNPRESP, fundação de previdência privada dos servidores federais. A partir da data da publicação da lei, qualquer pessoa que ingressar no serviço público terá, obrigatoriamente, que contribuir com esse fundo para ter a complementação da sua aposentadoria. Como as coisas que envolvem dinheiro no Brasil não podem ser levadas a sério, todo esse pessoal corre o risco de ter prejuízos irreparáveis na hora da sua aposentadoria, no caso da falência desse fundo de pensão. Infelizmente isso não é improvável. Lembram-se da Coroa Brastel? da CAPEMI? Infelizmente é esse o quadro que se desenha para o futuro do serviço público federal. Um desmonte, através da falta de incentivo ao servidor ativo, do desrespeito total ao aposentado e da falta de perspectiva para quem pretende ingressar. Tudo isso patrocinado pelo governo de um partido que um dia foi "dos Trabalhadores".
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